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"Quem dera se por um descuido, Deus te fizesse eterno..."

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O dia em que tudo terminou e nada foi levado tão a sério; e o Sol raiou como sempre tem que ser…



De repente olhei pela janela e no reflexo me vi. Mas não era eu como agora, trazia a pele clara e lisa da infância, um cheiro de pureza e todo aquele fogo que sempre brilhava em altas chamas na menina dos meus olhos. E tudo isso despertou em mim memórias e sentimentos de presentes, uma certa nostalgia do futuro – a mesma que devemos sentir quando nos percebemos no fim dos nossos tempos, ou da vida, como preferir.
Vi me vendo sem querer tirar os olhos e notei que precisava naquele momento, ou neste momento, reviver o que já sei e entender o que ainda virá; ou que já veio e eu deixei passar.
Se num passado muito próximo precisei gritar dentro de um túnel para daí sentir ecoar em minha alma, reverberar em minha pele; hoje preciso entender, me entender, me buscar e buscar entender todo o sentimento que carrego em cada ruga da minha mais não-pura-e-lisa aparência – sou eu aqui no reflexo, mas um eu do passado? ou o eu que virá? E quando virá? Virá?

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Disse a flor para o pequeno príncipe: é preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas. Antoine de Saint-Exupéry